- James! Raios James, distraido denovo?!
Dizia ela, enquanto o jovem garoto olhava para a janela, desviado por algo gotejava constante na vidraça, chuva. Todos destestavam.
- Ahah. O Gasparzinho Obeso 'tá biruta denovo.
O estrondo de risos encheu o garoto branco e excessivamente gordo, de raiva e vergonha, uma mistura que, naqueles tempos era normal para a aparência daquele vago garoto. Sua branqueza se misturava com um tom rubro, não determinando o sentimento que mais fluia em seu sangue.
A sala era pequena, fria pelos ar-condicionados que ambientava com o sangue daquelas risadas infernais, tinha televisão no canto da sala, usada para "Incursões Digitais".
As cadeiras eram as únicas coisas que o jovem James se confortava, eram macias, embora resmungassem com um chiado metálico quando se mexia demais.
- Desculpe professora, se sua aula de Inglês medíocre, para não dizer excruciante de tão má que sua pronuncia é, e meia tonelada de juventude desperdiçada, com merda de gaivota na cabeça não me satisfaz a atenção.
O garoto vociferou, se virando para a professora, sua voz era mental, como se quisesse falar telepáticamente com aquela professora, os olhos, puros como aqueles que esperavam o Papai Noel, seu sorriso ingênuo cobria a dor que sentia.
- Bem, continuando...
Agora essa imagem era retomada agora por um sala mais cadente, com um ventilador de teto e os alunos longe de garoto que, agora parecia bem diferente.
A aparência do agora adolescente James era esbelta, então tudo que sobrou foi apenas um garoto aparentemente magro, com um grande cabelo fino e caido olhos assustadoramente neutros, para quem realmente os olhasse.
Eles percorriam ser atrás de ser, vendo se algum daqueles realmente prestasse, mas era inútil, se sentia só. Não se apercebia disso, mas um sentimento vago se preenchia em seu coração, como uma gélida estava.
- Profê, esse cara tá fedendo denovo, pô.
Umas manchas de suor em volta dos braços do garoto gritavam como provas do mau-cheiro. Seu metabolismo agora era a todo o vapor e, bem, o odor que transmitia era bastante forte.
Mais uma risada fora iniciada, e o jovem James mais uma vez foi mandado para a Direção e da Direção para a Psicóloga, onde o orientava a se lavar mais frequentemente, usar algo como...Desodorante? É, isso.
Essas vagas imagens agora passaram para algo entre as duas salas que teve, embora que agora estava rodeado de pessoas que, tão atentamente o escutavam, mas escondiam perante o raivoso Cláudio.
- JAMES! SAIA JÁ DAQUI!
O garoto, impressionantemente diferente, se levantara e fizera uma breve reverência ao Professor de Literatura.
- Ah, caro Neanderthal. Vocifero, senão sussurro com meu conglomerado acerca de sua nobre matéria que, de facto me anima de emoção, porém, com metodologias tão entediantes que tive de me apressar a meus bons amigos para explicar o que raios vosmecê falara, mas sem todo o ronronar de um hipopótamo.
Novamente um estrondo de risadas que agora preenchiam o garoto com um sorriso pontiagudo, ressaltando os caninos brilhantes que transformavam esse sorriso em um sorriso completamente irônico, quase que zombando da situação em que foram convocados.
- SAIA!
E pela incontável vez, o jovem saiu.
Agora o adulto James se via em algo áspero, irritamente familiar.
Uma cama que acalentava e enervava James.
A imagem de sair era sobreposta pelo som de rasgar de ondas e areia, as antigas cantigas de gafanhotos e grilos, a imagem em si era, agora um vasto manto azul escuro com pontos brancos, uns piscando e, uma grande rodela branco-prateada cortada, como se sorrisse veemente.
O riso rouco de James se juntava com os estalos do seu corpo, à medida que se sentava.
- Ah..Que tempos.
E que tempos foram, foram tempos que o tornaram assim, tão passivo e adaptativo embora que, nunca fosse inteligente em um modo literal.
Era algo bem mais profundo, quem sabe, filosófico.
Tempos que mudaram a face daquele inocente rosto, para um magro rosto com olhos pretos, que se tornavam castanho-mel com a presença do sol.
Havia estado ali, descansando em um praia perto de casa apenas para pensando em seu futuro e, inevitavelmente, a natureza o puxou para um cochilo.
Nada de grave, afinal, ainda tinha seu celular e carteira, o que era bom, já que sentia seu coração pulsar, nada das três coisas o tinham assaltado.
Massageara a nuca com mãos ébrias, arranhava também, por causa da áspera areia.
Soltara um grande suspiro.
- James, james. Estás aqui faz um dia e não decidiste nada a não ser com o que sonhar.
Dizia ela, enquanto o jovem garoto olhava para a janela, desviado por algo gotejava constante na vidraça, chuva. Todos destestavam.
- Ahah. O Gasparzinho Obeso 'tá biruta denovo.
O estrondo de risos encheu o garoto branco e excessivamente gordo, de raiva e vergonha, uma mistura que, naqueles tempos era normal para a aparência daquele vago garoto. Sua branqueza se misturava com um tom rubro, não determinando o sentimento que mais fluia em seu sangue.
A sala era pequena, fria pelos ar-condicionados que ambientava com o sangue daquelas risadas infernais, tinha televisão no canto da sala, usada para "Incursões Digitais".
As cadeiras eram as únicas coisas que o jovem James se confortava, eram macias, embora resmungassem com um chiado metálico quando se mexia demais.
- Desculpe professora, se sua aula de Inglês medíocre, para não dizer excruciante de tão má que sua pronuncia é, e meia tonelada de juventude desperdiçada, com merda de gaivota na cabeça não me satisfaz a atenção.
O garoto vociferou, se virando para a professora, sua voz era mental, como se quisesse falar telepáticamente com aquela professora, os olhos, puros como aqueles que esperavam o Papai Noel, seu sorriso ingênuo cobria a dor que sentia.
- Bem, continuando...
Agora essa imagem era retomada agora por um sala mais cadente, com um ventilador de teto e os alunos longe de garoto que, agora parecia bem diferente.
A aparência do agora adolescente James era esbelta, então tudo que sobrou foi apenas um garoto aparentemente magro, com um grande cabelo fino e caido olhos assustadoramente neutros, para quem realmente os olhasse.
Eles percorriam ser atrás de ser, vendo se algum daqueles realmente prestasse, mas era inútil, se sentia só. Não se apercebia disso, mas um sentimento vago se preenchia em seu coração, como uma gélida estava.
- Profê, esse cara tá fedendo denovo, pô.
Umas manchas de suor em volta dos braços do garoto gritavam como provas do mau-cheiro. Seu metabolismo agora era a todo o vapor e, bem, o odor que transmitia era bastante forte.
Mais uma risada fora iniciada, e o jovem James mais uma vez foi mandado para a Direção e da Direção para a Psicóloga, onde o orientava a se lavar mais frequentemente, usar algo como...Desodorante? É, isso.
Essas vagas imagens agora passaram para algo entre as duas salas que teve, embora que agora estava rodeado de pessoas que, tão atentamente o escutavam, mas escondiam perante o raivoso Cláudio.
- JAMES! SAIA JÁ DAQUI!
O garoto, impressionantemente diferente, se levantara e fizera uma breve reverência ao Professor de Literatura.
- Ah, caro Neanderthal. Vocifero, senão sussurro com meu conglomerado acerca de sua nobre matéria que, de facto me anima de emoção, porém, com metodologias tão entediantes que tive de me apressar a meus bons amigos para explicar o que raios vosmecê falara, mas sem todo o ronronar de um hipopótamo.
Novamente um estrondo de risadas que agora preenchiam o garoto com um sorriso pontiagudo, ressaltando os caninos brilhantes que transformavam esse sorriso em um sorriso completamente irônico, quase que zombando da situação em que foram convocados.
- SAIA!
E pela incontável vez, o jovem saiu.
Agora o adulto James se via em algo áspero, irritamente familiar.
Uma cama que acalentava e enervava James.
A imagem de sair era sobreposta pelo som de rasgar de ondas e areia, as antigas cantigas de gafanhotos e grilos, a imagem em si era, agora um vasto manto azul escuro com pontos brancos, uns piscando e, uma grande rodela branco-prateada cortada, como se sorrisse veemente.
O riso rouco de James se juntava com os estalos do seu corpo, à medida que se sentava.
- Ah..Que tempos.
E que tempos foram, foram tempos que o tornaram assim, tão passivo e adaptativo embora que, nunca fosse inteligente em um modo literal.
Era algo bem mais profundo, quem sabe, filosófico.
Tempos que mudaram a face daquele inocente rosto, para um magro rosto com olhos pretos, que se tornavam castanho-mel com a presença do sol.
Havia estado ali, descansando em um praia perto de casa apenas para pensando em seu futuro e, inevitavelmente, a natureza o puxou para um cochilo.
Nada de grave, afinal, ainda tinha seu celular e carteira, o que era bom, já que sentia seu coração pulsar, nada das três coisas o tinham assaltado.
Massageara a nuca com mãos ébrias, arranhava também, por causa da áspera areia.
Soltara um grande suspiro.
- James, james. Estás aqui faz um dia e não decidiste nada a não ser com o que sonhar.
Riu um pouco, mesmo sem a mínima vontade de rir.
Fez-se silêncio e a brisa bateu no rosto recém-barbeado de James, o que fez seus cabelos soltos, embora curtos, esvoaçarem um pouco.
- Loção Hugo Boss? Nossa, amo os perfumes dele.
Disse, uma melodiosa voz e, estranhamente, profunda conhecedora de cosméticos.
James ficara alerta, mas não se virara para essa voz, sabia que podia se arrepender. Se arrepender amargamente.
- Sim, sim. Belo olfato.
E sou um ótimo usuário de tato, também, posso me virar?
Disse, sentindo a gelada ponta afiada de algo, sabia que ia se arrepender de virar.
- Ah, claro que pode, sabe como é, uma garota sempre tem de estar previnida.
Disse, com um tom de mel, divertida com a situação.
- Bem, só vivi como homem até então e, bem, nunca vi nenhum estuprador com loção da Boss.
O rapaz se virou, surpreendido com uma imagem que logo o tirara fora daquele espaço térreo.
Era uma bela moça, seus lábios estavam preenchidos com uma tonalidade anormal (embora amaldiçoadamente provocativa) vermelha. Um rosto visivelmente macio, como se o próprio vento deslizasse uma mão em suas rosadas bochechas, querendo-a acariciar. Seus cabelos morenos à luz prata quase tocavam na areia, embora estivesse ajoelhada. Seus olhos eram indecifráveis, ao mesmo tempo tão sedutoramente enganadores, para falsos conhecedores de personalidades.
Era o limiar de uma divindade, o ar escapou dos pulmões ainda jovens de James, ele tossira.
- Ah, não sei 'né. Vai que existe um novo tipo de estupradores, uns galanteam uma jovem donzela e depois a largam...Ah, é...Já existem.
Disse com uma notória tonalidade de irônia, brincando com o alvo atordoado.
Mas James era orgulhoso demais, um lampejo em seu olhos se formara como um desafio, e ela era uma deliciosa adversária.
- Bem...Você tem certeza absoluta que conhece todos os tipos de criminosos...Eu poderia me vestir bem só para dar a impressão que poderia ser alguém tão...superficial.
Um sorriso malicioso se formara em seu rosto, como alguém que quisesse tão desesperadamente água e essa uma pessoa estivesse no caminho. O galã pôs suas mãos na areia e avançou sobre ela, enquanto falava sedosamente, como um lince seduzindo sua presa antes mesmo de a abraçar em um Beijo da Morte.
A garota ficou com feições assustadas, não que não suspeitasse que ele fosse realmente um criminoso (por mais bonito que fosse) mas porque se sentia igualmente atraída, como aquela última colherada de sorvete no pote.
A garota mordeu levemente o lábio inferior, apenas se distanciando à medida que o predador avançava.
- Erhm...Agora confesso que estou confusa mas...Quem sabe eu não sou alguma espécie de...Sereia, que apenas canta para te deixar...Afogar.
A presa falava, como uma estaca gelada pronta para se impelir contra o peito do tal predador, seus olhos olhavam fixamente nos dele, como se quisesse o hipnotizar...Afogar.
O jovem se sentiu arrepiado com tal sutileza de, novamente, a inversão dos papeis.
Vira que a garota simplesmente parara de fugir e se deitou, à medida que seu jovem marinheiro se afogava na própria perdição...Mas James não era qualquer um, James não era apenas o marinheiro. Raios! Ele era (ou poderia ser) o melhor dos capitães, embora aquela, de tão divina, parecia ser a Deusa dos Mares.
Aquele irromper do espaço, aquele duelo de titãs lentamente ganhou um ar de contos que apenas o mais românticos imaginavam, o garoto estava por cima dela, seus lábios quase sentiram o gosto de sua sedutora paixão como a maça das hespérides, algo que o daria imortalidade e imunidade de tudo...Mas não se deu ao luxo, pois um jovem e fraco mortal como ele, facilmente morreria se provasse algo tão divino e, apenas sorriu, o que fez os lábios de ambos, se arranharem em agonia.
- Você é boa.
Minto, você é muito boa.
Disse com sua sedutora voz rouca, o jovem aventureiro.
Apenas respondeu com um sorriso, que novamente despertou um intenso latejo, como uma ferida aberta. O jovem recuou diante a bela Dama e ofereceu-a sua mão, para ajudar.
Como alguém saída dos anos 40, uma bela dama.
E, seu rude amante a puxou para perto, como se fosse morrer se não tivesse aquele rochedo. Aquela sereia.
E o nobre capitão, confiante de sua viagem, apenas deu-se ao luxo de pronunciar algo, algo que até poderia ser escrito nas estrelas, mas apenas ele entenderia.
-"Se eu vagasse pela eternidade, na eternidade te encontraria."
E isso pareceu o bastante para a garota que, como se conhecessem à séculos, aninhou-se em seu peito, sentindo batidas que pareciam nunca mais pudessem ser ouvidas.
O som das rochas se espalmando contra as ondas era escutado, a irritante áspera areia era sentida. Mas no momento, nada parecia ter importância, a não ser isso.
A eternidade.