sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sonhos.

A Garota.

Era uma noite qualquer, normal.
Lua crescente? Nova? Cheia? Não lembro, na verdade, acho que é irrelevante.
Lembro-me sim de chegar no quarto, fazendo um movimento circular com os ombros, afim de passar a "sútil" dor que havia se instalado nos ombros. Carregar o peso de meio-mundo não é fácil, ainda mais quando não se tem nada para apoiar.
Massageava levemente a nuca, meio que envergando-a para a direita, para poder sentir onde estava dolorido.
Sim, estava um caco, cansado e nem um pouco afim de demorar mais para ir para a cama.
Então finalmente me sentei na cama, tirei a sobra de vestimenta que tinha e olhei para a janela. Após ela, só tem cimento e uma fina luz prateada resplandecendo no cimento cinza.
Então finalmente, após umas boas horas aturando tudo que a vida pode oferecer, deitei-me.
Meu corpo fatigado parecia agarrar-se à cama e ao travesseiro, embora o travesseiro parecesse algo como uma rocha, incômoda, deitei-me, procurando uma posição confortável, algo em que eu pudesse descansar o corpo.
O corpo...
Nada mais. Minha mente era a única coisa que eu sabia que não podia descansar, sabia que enquanto estivesse por aqui.
Enquanto estivesse entre brigas e desordem, enquanto os problemas térreos me afetassem, enquanto as intrigas existissem, não podia haver paz.
Não conseguiria descansar minha mente, não podia. Tinha de me manter alerta, rápido o suficiente para poder escapar.
Então fechei minhas pálpebras e tentei procurar um bom descanso.
Mas quando o silêncio e a calma se juntam, conseguem ser mais ruidosas do que com mil barulhos, mil canções.
Minha mente começou a funcionar, os meus problemas vieram à tona e não conseguia dormir.
Não conseguia descansar, havia tanta coisa a ser feita, além de meu alcançe, além de minha força física ou até mesmo de minha experiência vivente.
Então fiz o que costumo fazer com este tipo de problemas, ignorar.
Sim, é uma opção covarde e egoísta de lidar com as coisas e infinitamente mais problemático quanto a meu caráter.
Mas eu tinha de fazer isso, sabe, eu tinha de descansar e resolver aos poucos, ou pensar que havia resolvido.
Quão desesperado é isso, lhe pergunto?
O quão desesperado é ignorar os problemas, a ponto de poder descansar "sereno" para amanhã enfrentar este mundo imundo por suas hipocrisias e preconceitos.
Um mundo onde se asfixiam com o próprio ar.
Então, sim, eu durmo com meus problemas na cabeça. É uma e a única solução que consigo achar, até bater com o problema de frente e poder resolver.
E após ter parado todos os pensamentos (ou me enganar que não estou pensando) consigo adormecer.
Consigo ter uma paz bem artificial, onde qualquer coisa me incomoda. Mosquitos, o vento frio da noite, até mesmo os lençois onde me cubro.
Mas...Teve algo especial esta noite.
Algo...extraordinário...


Havia acordado no meio no nada. No completo vazio, tudo era branco, como a folha em que escrevo. Eu havia acordado onde não existia paisagem a não ser um cabelo dourado no caminho.
Como tudo era muito branco, me incandeava. Eu infelizmente não conseguia ver o rosto daquele longo cabelo dourado-mel.
"- Não é assim, seu bobo. Ahah."
Sua voz era, sem melodramas, angelical. A alegria divertida que senti na voz dela era de apaziguar a criatura mais agressiva de qualquer mundo que eu estivesse.
Algo tocou meus lábios e os cabelos dela pairavam em meu peito.
Conseguia ver o pescoço desse anjo, do ângulo que eu estava. E conseguia sentir seu aroma.
E me beijou, sim. Consegui sentir um calor manso, sem pressa, que vinha do beijo dessa divindade.
Me beijou calmamente, como se tivesse me ensinado.
Primeiramente, eu pensava que esse não era eu. Pensei que o beijo que ela me dera seria pensando que estava com outro, mas eu continuei beijando-a até que ela parou e do rosto indecifrável surgiu uma risada divertida.
"- Ok, agora aprendeu?"
Até esse momento, não tinha certeza se era eu, porque nunca havia feito tanto coisa boa para merecer um beijo desses, mas, do nada, minha voz se projectou...
"- Eu não te beijei bem da primeira vez porque estava ao contrário, Senhorita."
Ela riu, como se estivesse esperando a resposta, como se me conhecesse tanto quanto o beijo que me dava.
"- Então vamos ver se não é mentira."
Minha cabeça bateu o solo enquanto ela se levantava. Eu estava deitado no colo dela, por isso parecia tão bom...
Olhei o rosto dela novamente, sem parar de sorrir, mas...Não conseguia ver o rosto dela!
Droga!
Estava embaçado, conseguia ver-la sorrir mas...o rosto era embaçado como qualquer sonho.
Eu não queria saber se era um sonho. Eu queria aquilo.
Queria aquela sensação VERDADEIRA de paz! Eu havia conseguido a primeira sensação verdadeira de paz em todos os meus anos de vida.
Mas não importa. Ela se ajoelhou perto de mim e logo após, deitou-se em cima.
Conseguia sentir cada curva, cada linha do fino e esguio corpo desse anjo.
Pôs seus braços cruzados em meu peito e ficou com seu rosto, embora embaçado, perto do meu.
"- Então, vai ficar ai parado?"
Mais uma vez, com sua voz anormalmente divertida e despreocupada, ao mesmo tempo, sedutoura.
Sabe, embora a face estivesse embaçada em meu sonho, eu lembro-me de ficar dislumbrando-a por minutos a fio.
Não existia tempo...Era algo surreal, mas caramba, nunca quis tanto que fosse real.
Então beijei-a com toda a ternura de meu ser. Tanta que nem mesmo eu sabia que tinha.
E ela retribuia com todo o calor que meu corpo podia oferecer.
Acho que se morresse, ela me ressuscitaria com um beijo desses, pensando bem, tenho certeza.
Os finos dedos femininos dela tocavam minha face, como seda.
E tudo ficaria por ali. Eu com meu anjo.
Com minha paz.
Mas algo me perturbava. Não a situação, não ela.
Aliás, não perturbava nem o momento. Perturbava-me a mim.
Eu, que não falava, apenas sentia.
Sentia o sol me tocando, embora não houvesse sol neste paraíso.
Sentia os pássaros piando e os carros buzinando zangados.
Sentia os sentimentos terrenos fluindo por mim.
Não, não quero ir. Não quero ir, por favor.
Quero ficar ali, quero ficar na minha mente, não o mundo real, por favor.
Não precisava comer e/ou beber.
Respirar, muito menos.
Eu vivia para ela. Por ela.
Me deixa aqui, só não me manda de volta.
11:00 e o telefone estava tocando, com a música que antes era minha favorita, agora, me interrompendo de minha vida perfeita.
Um movimento agressivo de braço e anulei a música.
Sabia que estava acabando meu tempo. Mas não parei de aproveitar aquele rosto, o toque e o cheiro.
"- Se eu te perdesse para um sonho, você me encontraria?"
A voz nada disse, apenas me beijou rapidamente.
E eu podia sentir um sim neste beijo.
Toquei-a, acariciei-lhe a face e dei um outro beijo, como se fosse agradecendo.
Ela sorriu, sei que sorriu.
E o alarme tocou para 11:30.
A névoa de pensamentos terreos obscureceu o cenário paradisiaco e ausente de cores.
Tudo ficou preto. Um pleno bréu.
Depois amenizou, quando senti o sol bater em meu rosto marfim.
Fechei as sombrancelhas, com ar de rejeição e abri os olhos.
Me tirou de lá...Ele me tirou de lá...
Eu me tirei deste paraíso. Porquê?
Olhei para onde havia batido o braço e...nada.
Nenhum celular. E de acordo com meu relógio de parede, era 13:30 da tarde.
Meu corpo estava cansado.
Minha mente, sã. Calma.
O rosto dela pairava em minha lembrança.
Eu havia descansado tanto, mas tanto, que meu corpo reagiu diferente. Meu corpo negou a pseudo-realidade que minha mente havia criado para me manter calmo.
Ele negou algo que nunca havia sentido, por ser anormal e por isso, fiquei deveras irritado.
Irritado por ter algo que me prendesse à realidade que não quero.
Mas...pensei por um momento.
Pensei que poderia tornar isso real, poderia haver aquele anjo meu. Será?
Tomara.
Eu espero o tempo que for. O tempo que precise.
Então sentei na cama. A gravidade fez com que minha cabeça pesasse mil vezes mais que o comum.
Agora sim, sabia que estava acordado.
Dor no ombro. Nuca.
Suspirei e pensei mais uma vez nela, sorri, com uma lágrima de esperança no canto de meu olhar.
Então, finalmente levantei. Os ossos que sustentavam minha carne e alma estalaram, como se não utilizasse-os à eras.
Então caminhei até ao banheiro, me enfrentei no espelho e algo saiu da minha boca.


"- Vem me buscar, por favor."



sábado, 23 de outubro de 2010

Relatos. Parte II

Vergil.

Vergil.
Frio, calado e calculista. Vergil é um diminutivo de Vergílio.
Sou a pior parte de todo o ser humano, por isso assusto. Sou um reflexo de sua pior parte. Seu pior pesadelo.
Sou aquele que nas sombras te observo. Sou o que espera um deslize para uma fatalidade. Sou um anjo da morte, ou quem sabe, a morte em si.
Sou alimentado pelos sentimentos mais vívidos de hoje em dia. Raiva, ódio, tristeza, dor. Sou os sentimentos que mais foge, renega.
E quanto mais renega, mais forte fico.
Sou nada mais que um ser que tirou sua própria alma. Sou aquele que não quer mais sentir, sentir para se decepcionar.
E ainda assim, sinto mais que todos. Sinto mais que aquele que chora ou ri. Sinto mais que aquele que se senta, seguro de si. Seguro que nada fez mal na vida, e vive em ilusão.
Sou despido de amor, mas, ainda assim, sou os olhos do mesmo.
Sou os olhos que tu abdicas em um sentimento cegante. Uma crença inabalável.
Sou a razão por trás do amor. Ou que tu chamas de amor. Paixonite criança.
Sou algo a mais, por até mesmo ser o Nada. Sou o que tu és, mas principalmente, o que deixas de ser.
E por isso, tens medo.
Não tens medo só de mim, mas tens medo de como te conheço.
E como te ataco. Oh, e como o faço.
Impugnei-te em tudo o que falhaste, em tudo o que deixaste para trás, em todos os corações que deixaste uma tristeza.
Sou a Morte.
Sou o frio que se sente antes de morrer, sou o ultimo olhar, o ultimo suspiro de tua tão útil vida.
Aquele que te vai deixar morrer, sem uma segunda chance de se resolver com todos.
E, arrependido, morrerás. Morrerás pensando em nada, em mim, em tudo.
Teus olhos fecharão e bruscamente, acordarás de tua cama, suado e mal.
Mal por não ter feito nada na tua vida. Irás até pensar em fazer algo, após isto. Mas ainda assim, nada farás. Vais te esquecer e padecer à tua própria vida.
E estarei ali, no chão. Quando o calor da luz cravar em tua pele, me criará.
Sou o sinônimo de Tudo. O Nada.
Minha vida é feita não de ilusões, mas sim, muita realidade.
Muita vivência, muita experiência do que o mundo é e já foi.
Sinto o que ninguém quer sentir. Sinto toda a minha linha humana cursando por minhas veias, sinto o fluir do teu sangue, e portanto tuas decisões. Sei como falar, como me colocar, como esquivar.
Me sinto como se todos fossem parte de mim, em suas alegrias ou tristezas.
Mas não se engane. Minha máscara fria e lúgubre é o que encontrará se tentar comprovar que tenho um pedaço humano em mim.
Se me encontrar.
Talvez em passe por ti e sussurre algo inaudível.
Não tente olhar para trás, terei desaparecido a essa hora.
Mas minha voz ecoara em tua mente e vais ficar pensando...Pensando se és mais, ou menos frio que eu.
E te digo. És tu.
Em todas as tuas decisões, em todas as tuas palavras cuspidas...Eu sinto mais que tu.
Mas não te preocupes. No final, vais te julgar e pagar por tudo que fizeste ou deixaste de fazer.
Amaste ou deixaste de amar.
Viveste...Ou deixaste de viver.
Sou um anjo...Anjo da Morte.

Ass:
Vergil.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Relatos. Parte I

Dante.


Dante.
Significado ao pé da letra, permanente, duradouro.
Sou...Eu.
Nada mais nada menos que um ser humano, 1,98/2,00 metros de altura, porte físico atlético mas ainda assim, sedentário.
Engraçado, não é?Um atlético sedentário. Acho que veio dos genes da familia.
Anyways, sou eu.
Sou orfão, nunca soube de onde vim, mas também, nunca liguei muito para isso. Não sou muito ligado ao passado, já que meu irmão faz isso por nós dois.
Sim, tenho um irmão.
Ele é tudo o que não sou. E tudo o que espero não ser.
Mas...Ele é bom, sei que é.
Tenho uma parcial culpa na questão. Ou uma toda.
Sabe, como orfãos, não tinhamos lugar para ir...Não tinhamos um lar ou até mesmo um lugar, a não ser o orfanato.
Orfanato...Só de me lembrar dá calafrios.
Mas...Eu e meu irmão já fomos, outrora, bastante unidos. Um não respirava sem o outro. Pensavamos iguais, eu conseguia sentir o que ele sentia. Eramos gêmeos, então quase ninguém nos distinguia, até mesmo pela maneira de ser. Eramos um perfeito reflexo um do outro.
Um dia, meu irmão sugeriu nós fugirmos. Fugirmos o mais longe que pudessemos, afinal, enquanto estivessemos juntos, tudo estaria bem.
E na mesma noite, fizemos jus a isso. E corremos.
Era lua nova. O céu estava nublado com pesadas nuvens pretas e logo começou a chover. Forte.
Tão forte que mal podia ouvir a sirene que tocava ao fundo, indicando que haviamos fugido. Pensando bem, aquilo mais parecia uma prisão. Os guardas com os pastores alemães, armas...Armas para um orfanato?
Não sei. O que sei é que ouvi meu irmão, gritando.

- Corre Dante, Corre! Não olhes para trás, corre.


E realmente o fiz. Até chegarmos a uma cerca. Por sorte estava cortada e eu consegui passar.
E ao ver minha liberdade pulsando, corri o mais rápido que pude, sem olhar para trás.
Sem olhar para..trás...
A unica coisa, o unico arrependimento meu.
Não ter olhado para trás. Não ter pensado no passado.
E ouvi um vulto. Um grito entre sirenes e chuva, um grito de mim, na minha cabeça.

- DANTE!


E...Me vi sozinho. Na chuva constante e fria. Olhando sem poder fazer nada meu irmão deixado para trás, sendo absorvido por dois guardas de capa negra, mais negra do que a noite em si.
E o engoliram, para dentro daquela prisão...Porque ele tinha de ficar preso na cerca? Porque não eu?
E acordo. Acordo em minha casa, suando e, lá fora, irônicamente chovendo.
Sentei na cama e apoiei minha cabeça nas mãos, como se a tivesse segurando de cair, pendente.
Minha costela doia, ou meu pulmão. Não sei ao certo, acho que era a lufada de ar a mais que havia respirado.
Então, após acordar deste pesadelo, levantei, sacudi a cabeça, arrumando meus cabelo que até faziam cocégas na nuca, macios.
E, curiosamente, brancos.
Não brancos de velho mas...Brancos! Albinos.
Eu tinha uma cor normal de pele, mas meus cabelos não tinham melanina alguma, era até engraçado. Um ser de 2,00 metros com cabelo liso e branco.
Então, após toda essa futilidade, fui até ao Bar.
Sim, eu moro em um Bar.
Na verdade é uma discoteca, mas só quando a alugam. Enquanto isso é meu Bar.
Gosto das coisas antigas, dos anos 60 e seus patins. Mas especialmente, amo minha bola de cristais. Dá um ar de "Wow" à coisa, saca?
São mais eu. Alegres, sempre dançando ao som da música e independente que cor bate no cristal, reflete em todos ao redor.
Nunca me vi irritado e/ou triste. É uma incapacidade minha, acho que é a incapacidade mais útil que tenho, na verdade. Ahah.
Sou um romântico perdido, ainda assim, tudo que é do sexo feminino e me atraia ou chame a atenção, minha personalidade é incapaz de deixar essa femininidade passar em branco. Ás vezes até acho que criei o bar só para me dar bem todos os dias. Ahah.
Mas ainda assim, tenho um respeito irrefutável pelo sexo oposto. Eu chego e digo quais minhas intenções, se ela se sentir à vontade, ai tomo minha parte. Sou um galante imaginário, foi o que me disseram. Só falta ser rico, ai sim, sou completamente imaginário. Ahah!
Sou imprudente e destemido, inteligente no que quero ser e totalmente maluco.
Doido varrido.
Sim, eu faço o que me der na telha. Faço nada mais nada menos do que isso, por mais estúpido e/ou impossivel que seja, faço.
E convivo comigo mesmo assim.
E sou assim, e ninguém alguma vez irá me mudar. Seja por amor ou ódio.
E assim deixo meu resumo.

PS: Se me vir na rua, onde estiver, sorri que eu sorrirei de volta. Amo sorrisos.
PS²:Se for do sexo oposto, bem, sabe meu nome. Ahahah!

Ass:
Dante.





quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pessoas.

Neste plano térreo existem dois tipos de pessoas.
Os que têm algo a dizer
E os que precisam dizer algo.

Pessoas, seres humanos, organismos vivos com convicções, planos, almejos, crenças.
São uma espécie incrivel. Têm raciocinio e não o usam, podem fazer a paz mas escolhem não a fazer, tentam ser felizes por suas próprias maneiras, por mais vazia que seja ela.
O ser humano é, devidamente, o pior ser à face da Terra.
É sim, não discordo, por mais que tente me provar, por mais que os casos sejam diferentes, todos no final, são puramente iguais.
Mas...Por incrivel que pareça, esta espécie (que algum dia fui), se divide.
Não por raças.
Não por cor.
Não por beleza.
Não por riqueza.
Se divide, pelo puro e simples...livre arbítrio.
Se divide pelo simples fato de pensar, sentir e amar. Divide-se, pois, pelos extremos da vida.
Pela liberdade ou submissão.
Pelas palavras ou silêncio.
Pela visão, pela fé, por aquilo que se guia. É incrivel a infinidade de coisas que se dividem e ainda assim, iguais.
Iguais não por conta própria e sim por uma maldição de seus antepassados. Algo que não é magia, não é poder.
É a simples...ausência e presença.
A ausência de conhecimento, educação, sentimentos por o próximo.
A presença de fatos desumanos e o não pode fazer nada.
Ser humano é a raça mais perdida deste...quem sabe, universo.
É o unico "animal" que quer sua extinção. É o único que ri ou não se importa com a morte de outros. É o que se satisfaz em oprimir. É o que tem regras e leis, porém, desvirtuadas.
E o único, pelo menos neste planeta, que não importa com isso. É insensível, corrupto por sua própria malícia e um degustador de sofrimentos. É um pensante irracional.
Mas existem outros, na sociedade, escondidos ou tentando se mostrar (alguns como loucos ou hipócritas), que são totalmente o oposto. Esses representam as mudanças no mundo, representam a Ave Verdejante que Pandora despertou, junto com tanta desgraça. Uns se perdem pelo caminho, outros são mortos por aquilo que tentaram representar e outros...passam para seu filhos, para que passem para seus filhos e assim em diante. Uma herança de dor, mas clarividência, sabedoria e autenticidade. Uma herança de valores.
Mas, ainda assim, se passam por covardes e são apontados como impuros, maus e frios.
E os bons, que todos consideram bons, são aqueles que estão sentandos em sua cadeira vermelha, manchada pelo sangue dos inocentes e livres. Onde todo o poder se concentra.
São aqueles que retiram a comida de outros e incitam medo. E as vítimas ainda aplaudem por isso.
São os que, após incitar medo, dão de comer e educam conforme querem. São os que controlam com mão de ferro sua sociedade, por eventos controlados, com a informação escravista de seus valores. São o que tudo controlam, pelo medo.
E com o medo surgirá a ignorância, a ausência do saber. Quanto menos souberes, menor será tua sentença, dirão subliminarmente, Eles.
E como és um, recuarás.
Como és apenas Um, vais prender tua curiosidade e sabedoria com uma corrente de medo.
Mas olhas ao redor e, escondidos, verás outros, nunca inútilmente, tentando mudar o que se passa.
E os bons poderão se perder neste caminho, por meio de nomenclaturas tais como "louco", "hipócrita", que não sabe o que fala ou fala da boca para fora.
Pode até ter começado com algo fruto de comédia até, mas veja, os artistas usam a mentira para revelar a verdade, enquanto outros usam a mentira para esconder-la.

E os bons, continuarão. Os bons serão algo a mais, serão ícones do submundo que os "melhores" criaram. E o submundo será algo onde quem pensa, onde quem se importa pelo futuro, por quem ainda quer um futuro para seu próximo, e se destacarão. E esses serão tentados a deixar seu caminho, seja por coisas materiais, prêmios que levarão ao fracasso, até mesmo pela própria vida.
Os bons não poderão ser mártires, ainda assim. Pois se um mundo se movimentar, ninguém será mártir. Serão frutos, frutos de esperança, serão as palmas, os gritos de cada um que se movimentar por todos. "Pessoas não precisam de prédios, sim esperança."
Algo que foi construido pelo povo, não deverá ser controlado por outros. O povo vai decidir, e suas decisões não poderão ser desvirtuadas.
Chega de medo, chega de opressão por poder, chega de confiar em quem não lhe conheçe, em quem não se importa consigo.
E os bons, continuarão.
Na escuridão, no beco escuro, na sua sombra.
Os bons serão algo a mais, serão a raça Humana que até hoje não fomos. Será algo a dizer, algo conjunto, uma utopia.
Vão demorar, talvez, poderão demorar, consciêntização não é em segundos, horas, dias.
Eles virão, de geração em geração, se ajudando. E quando acontecer algo tão profundo, tão..imutável, tão tenebroso... Eles estarão ali, aqui. Como sempre tiveram. Como sempre quiseram evitar aquilo.
Mas ainda assim estaremos aqui. Juntos.
Estaremos esperando seus olhos abrirem, estaremos esperando algo que valha a pena lutar.
Podia ter sido evitado, mas sempre estaremos preparados para lutar.
Pela nossa vida, pela vossa vida.
Por todos e por ninguém.
Lutaremos contra o medo, lutaremos contigo.
Porque juntos, seremos um.
Nunca estarás sozinho, nunca irás te perder, pois a luz está em ti.
Nunca percas tua essência, pois terás de conviver contigo toda a manhã, quando acordares.
Coisas materiais poderão ocultar aquilo que precisas, mas nunca irão te preencher. Idéias e pensamentos nunca morrerão.
Nunca morrerei, nunca morri.
Minhas idéias ficarão implantadas em ti, nele, ficarão passando em tuas ações, e se algum dia me encontrares, respirarás o mesmo ar que eu. Plantarás arvores se necessitares.
Darás de comer a outros, para te completares.
Irás governar uma nação, quem sabe, com esperança.
E o Povo, Tu, como um só.
E não seremos uma raça, seremos algo mais.
Seremos divindades entre diferenças.


"Não se deve contar com a minoria silenciosa, pois o silêncio é algo frágil. Um ruído alto... e está tudo acabado. O povo está amedrontado e desorganizado demais. Alguns tiveram a oportunidade de protestar, mas foram como vozes gritando no deserto. O Barulho é Relativo ao Silêncio que o Precede. Quanto Mais Absoluta a Quietude, Mas Devastadoras as Palmas." - V

E assim, deixo-lhes minha herença.
Always yours, Soul.

sábado, 31 de julho de 2010

Razão

Se todos estão certos, alguém terá de estar errado.
Afinal, em um mundo perfeito
Onde ninguém erra
Quem será o errante?


Perfeccionismo.
O mundo perfeito. Onde ninguém irá alguma vez errar, sequer questionar a verdade de outros.
Seja em Religião, Ciências ou até mesmo Politica.
Deus, Buda, Odin, Rá, Zeus. A criação do mundo pelo Big Bang. Os governos com totalitária razão e poder inquestionável.
Imagine tudo, com razão. E não poder negar. Não poder lutar e ter sua opinião.
Não poder ter razão.
Simples. Você seria, como simplesmente é!
É, exato. É complicado, mas dá para entender se pensar bem.
Sabe aquelas "brigas" e "lutas" que você têm todo o santo dia? Porque acha que ocorrem?
Sabe aquelas revoltas que tem (ou nem se quer se dá a importância.), quando vê um noticiário, onde a razão é implantada perante imagens selecionadas estratégicamente?
Pois é, são todos com a Razão. São todos com aquela espécie, aquele mundozinho de auto-confiança e estupidez, com uma pitada de cabeça dura.
Sim caros leitores, PERFECCIONISMO é uma autêntica porcaria.
Não, não se tem a desculpa de é a luta de ser melhor. É tentar ser melhor que todos.
Errado. Tu e eu, não somos melhores que ninguém, não somos abaixo de ninguém, somos todos iguais. Você não tem mais razão que eu, você pode ter mais argumentos sim, e pode ter mais experiência para demonstrar o que eu não tenho e isso sim, eu aceito. Perfeccionismo é o não-aceitar de terceiros, é o auto-didata. É o juiz de toda a suprema razão, não importa o que faça, ele SEMPRE irá ter razão.
E frustração será um motivo para se calar, diante ignorância e idiotice. Você aprender com seus erros é sim algo a se aperfeiçoar, mas não se pode "implantar" essas informações em alguém, acreditem, tentei.
Perfeccionismo é a surdez de toda a religião, de toda a politica. É aquilo que não se pode questionar, você irá optar em o que sua vivência lhe trará e entre argumentos que lhe deram (Por mais ridiculos que sejam, e você como ouve todos os dias, torna-a sua verdade.) e você.
Você tem como optar sim. Você tem seus propósitos, ideias.
Você tem voz, raios! Use-a.
Não vale a pena escutar, se sempre o outro tem razão. Questione.
Faça com que a pessoa que te explique tenha argumentos suficientes para te atiçar a curiosidade e fascinação.
Discussões? Ignore-as. Discussões são lembranças que te dão, para não cometer um erro (que habitualmente cometem, para experiência própria.), se não gosta de algo, não seja influênciado a gostar.
As discussões são para testar o quanto você aguenta com ideias opostas em tua cabeça. É a prova do perfeccionismo. É o querer estar tudo em ordem, é a tendência, patológica, em procurar exageradamente a perfeição.
Você não consegue combater isso. Não sem argumentos e falas. Você não pode agredir uma coisa que te agride, você tem de, estratégicamente, procurar um caminho fora dessa doença, desviar, esquivar.
Só assim conseguirá uma conversa plausível e calma.
Ninguém, neste mundo, se importa com sua opinião, acredite, apenas o que tem para oferecer com o bom dialogo.
Tem de se ser melodioso, bom de se ouvir.
Não falso, você não dirá coisas como Ateísta em um assunto Católico.
Os sábios falam porque têm algo a dizer; os tolos, porque têm de dizer algo.

Então serei eu, o ser mais errante, o que mais tem a oferecer?
Não, insistir em burrice é uma coisa, aprender com os erros, é outra. Mas RAROS são aqueles que ouvem o que os sábios têm a ensinar. Ninguém, hoje em dia, é bom até para consigo mesmo.
Hoje em dia, se deterioram, cortando seus próprios membros, escorrendo o próprio sangue.
Raios, és tu.
Ninguém se importa contigo.
Ninguém se importa com tua opinião.
Apenas querem ouvir o que é bom para eles.
O quão bonito é seu cabelo.
O quão belo é o seu rosto.
Quão formoso seu corpo.
Porquê? Para quê?
Para quê, as pessoas para se sentirem altas, têm de se pisar umas às outras? Porque não podemos estar todos em nosso alto patamar?
E é tão mais fácil, nossa. Porque quando uma carteira cai no chão, nosso instinto é pegar o dinheiro, ou até mesmo sumir com a carteira? Porque raios não entregamos ao cidadão, ou procuramos uma localização para o entregar? É trabalhoso demais, raios? Dói, mata, um pouco de humanismo? Porquê as nossas desculpas são baseadas na razão e não no pensamento, coração?
Porque não existe.
O coração é o orgão que joga teu sangue para todos os lugares de seu corpo, porquê, PORQUÊ um ser pensante não consegue ser a mesma coisa? Porque invés de tristeza e caos, não conseguimos jogar felicidade, esperança?
Tanta guerra, por papeis. Por míseros pedaços folhosos.
Por um pão na mesa, água para beber.
Porque não conseguimos ser alguém que pensa, alguém que olha para um outro ser como si próprio?
Porque não conseguimos ser humanos...?
Se a pessoa tem problemas alvedrios, porque não ajudar? Um simples problema de PESO, um problema FISICO. Um que pode ser resolvido até brincando! E porque raios não aceitam a ajuda, certos casos? Vergonha? Orgulho?
Droga, existe alguém preocupado contigo, acorda!
Essa pessoa pode escolher virar as costas, mas invés disso, te ajudou! Caramba!
Não existe nenhum animal tão frio e calculista quanto o homem. Não existe nenhuma criatura imaginável tão desprezivel como tal.
Se choramos, existe razões, e não é motivo de risos. Existe tristezas, preocupações. E como ser vivo, devia ajudar. Como missão vivente, devia falar, mesmo essa pessoa resistindo.
Porque somos todos iguais, não existe cores nem nacionalidades. Vivemos neste mundo.
Neste mísero mundo egoísta, e se ninguém se ajudar, tudo será engolido por o ódio acumulado de seus antepassados e seus antepassados antes deles. E com o seu ódio.
Plante algo no coração das pessoas, não jogue como se fosse uma planta qualquer.
Respeite, sorria, ame.
Faça algo que eu não consigo fazer, nesta minha etérea forma. Use meus pensamentos como anotações rabiscadas de um velho amigo. Reflita e pense, tente fazer uma boa ação, até receber um obrigado ou sorriso.
E diga-me como se sente.
Faça com que este orbe vagante possa ficar em paz e que sorria com os pensamentos póstumos plantados em várias pessoas.
Sinta, ame, respire.

Always Yours, Soul.






sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pesadelos.

"Noite de lua cheia. Conseguia ver pelo reflexo da poça escarlate onde eu estava estendido. Cá entre nós, o sabor não é dos melhores quando se está com a cabeça no chão, em uma poça imunda qualquer.
Mas não importa, tudo está acabando. Não sinto muita coisa, ou sinto coisa demais, não consegui distinguir ainda.
Sei que a imagem da Lua está se distorcendo com...gotas. É engraçado...Um fato tão comum, do dia-a-dia e só fui perceber no final...
Queria ter apreciado antes, mas bem, não é hora para lamentações. É hora de...ir.
Morrer.
É meio...estranho dizer isso, falei sempre em terceira pessoa, nunca cogitando para mim.
Não quero morrer, não. Ainda não.
Tenho coisas a fazer, meu trabalho, meu dinheiro, herança. Nunca fiz testamento algum.
Tenho de levantar....ARGH......Meu peito...Mas...Sangue?E arde...Ah, sim.
Melhor ficar no chão então.
Está frio. Muito frio. E quieto. O som dos galhos e água nunca me acalmou tanto. Engraçado.
Sempre me incomodei com a chuva, molhava meu pentado e estragava papeis importantes, dava até raiva.
Mas...Estou cansado, não me importo.
Acho que vou descansar um pouco.
É......


Acordei bruscamente do chão seco e olhei para os lados, havia cochilado em pleno chão...Talvez não, meu peito dói, um corte? Estranho.
Devagar me sentei, olhei para o céu e...nuvens. Pôr do Sol.
Estranho.
Terá sido um sonho?E de onde veio o corte?
Esquece, melhor levantar e andar.......No bosque.
Raios me partam, onde eu estou!? Vou andar mais um pouco, correndo, para ver se....Ah.
Tendas.
Acampamento, claro. Droga, esqueci, estou acampando...Minha cabeça...Estou tonto.
Corri rápido demais.
Fechei os olhos em busca de melhoria mas senti um arrepio enorme, uma brisa havia batido em mim.
Olhei ao redor, parecia quealgo me havia tocado. Não importa, o sonho já foi estranho o suficiente por hoje.
Meus amigos! Ah, que saudade.
E nossa, parece que eles tão com saudade também.

- Wow! Estavas desaparecido, pensamos que haviamos te perdido.
- Estou bem, calma, só um arranhão, peito. Tropecei em uma raiz aqui perto.
- Novidade, só falta te enforcares em um galho.
- Vergil, parou.
- Tsc.
- Enfim, queres uns curativos e tal? Pareces meio confuso.
- 'Tô bem, relaxa. Isto vai sarar rápido Angelo.
- Ok...Qualquer coisa tô por aqui.
- E ah, Dante, onde está?
- O imbecil de meu irmão foi caçar com Nero. Eu quis ir mas tu, como sempre, empataste.
- Vergil...
- Tá, deixa, desculpae V. Procurarei não tropeçar em mais galhos.
- Tsc.

Entrei dentro da cabana, meio zonzo. Eu tenho alguns amigos, bem legais por mais distintas suas personalidades.
O mais preocupado é Angelo. Gente fina, está sempre preocupado com todos, é um médico bem sucedido. É incrível como ele consegue ser tão frio em seus cuidados e tão preocupado e gentil. O carrancudo que sempre está de azul é Vergil. O nome dele não é bem esse, mas gosta que o chamem assim. Nome dele é Virgilio. A mãe dele tinha um especial afeto pela Divina Comédia. O irmão dele é tudo o que ele não é. Dante. Adivinha-se a origem.
É a alegria do grupo. Completamente doido, desvairado. Mas tem a cabeça no lugar, é educado quando tem de ser e sério quando tem de ser, apesar de ele odiar ser uma pessoa séria.
Vergil tem uma escola de Kendo. Dante é um preenchedor assíduo de cargos temporários.
E Nero. Basicamente o mais velho, sábio, foi quem incitou Angelo à medicina. Angelo tem a paixão, Nero, a experiência, são a mesma moeda de lados opostos. Tudo que Nero manda, Angelo faz. Tem outros que não puderam vir, Jack estava ocupado com o Bar dele, Christopher raramente sai de casa e James...Bem, James se dá bem com todos, mas não gosta de sair para onde não conhece.
Especialmente com um doido como Dante.
Mas...Vou descansar um pouco. Minha cabeça está...
Turva?
Não estou conseguindo enxergar. Está tudo tão...desfocado.
Lençois?
Travesseiro...Janela...Ah.
Sonho.
Afundei a cabeça no travesseiro, pensando nestes estranhos sonhos. Juro que pensei que fosse verdade.
Fechei os olhos, em busca de clareza em algo, estava tudo muito confuso.
Lentamente os abri denovo, mais relaxado mas agora estava em...Funeral?
Quem morreu?
(James "Soul", amado amigo, irmão.)
Soul? Mas...Isso sou...eu.
Mas eu estou vendo isso. Como eu estou vendo isso? Eu não morri.
Meus amigos estão aqui, eu apenas tropecei em uma raiz e... bati em uma pedra...
Morri?
Eu...Não...Não quero morrer.
Quero viver e contar o que eu aprendi. Quero estar nas pessoas. Quero estar no coração e mente das pessoas.
Não posso descansar, não agora.
Todos acabamos na mesma posição horizontal, mas eu me recuso a deixar tudo sem explicação.
Serei a luz dos perdidos e o caminho de volta.
Serei algo mais.
Serei eu. Não me esqueça. Por favor.
Always yours, Soul. "

Não importa o que faças em tua vida, será insignificante.
Mas é muito importante que tu o faças.
Mahatma Gandhi

Deixo-lhes então, minha vida.
Apenas isso, nada mais. Soul.




sábado, 17 de julho de 2010

Solidão.

Não existe nada mais belo e mais silencioso
Nada mais ostente e carinhoso
Do que a própia solidão.


Solidão.
Não é só uma palavra, um sinônimo para um estado. É um mundo.
A solidão é aquela palavra amiga que precisamos ouvir, quando tudo está quieto. Ou agitado demais para conseguires ouvir, ou até mesmo para quando não queres ouvir.
Solidão é aquele palácio que cobiças, sem saber o que tem lá dentro. É a riqueza empobrecida. Um eclipse de pensamentos.
É o mais puro sentimento de egoísmo. Mas não o egoísmo defeito, é um egoísmo de sobrevivência. Um que resguardas apenas para situações onde tua mente não consegue mais aguentar, ou teu corpo está prestes a falhar, a solidão estará lá. Com mil e um pensamentos e enigmas, poemas e canções lôbregas.
Mas é um mundo sombrio, frio e calado. É onde não podes falar. Onde tudo será silenciado pelo vácuo.

Ficarás em um estado onde palavras serão meros sons indecifráveis, tão indecifráveis que nem mesmo tu as consegues cuspir, ou até mesmo desististes, sabes que não vais ganhar naquilo, certo ou errado. Então apenas..."escutas". Tua visão embaça, desfoca, algo bom é criado nesse vapor ocular, uma paisagem, pessoas. E poof, entraste na solidão.
Um vasto manto bréu te cobre, embora frio, te acolhe como nada mais te acolheu, é algo estranho, contraditório, onde até as mais ideias loucas ou pensamentos abstratos se tornam uma obra prima, faz de ti um gênio. Na solidão.
Na solidão és Rei e Deus soberanos. És mais alto que os faraós, mais sábio que os oráculos, és um totem de carne e osso. E pensamentos.
Mas nem tudo é tão fácil, pelos lados, a solidão consumirá, procurando te englobar, é uma defesa tão forte mas tão forte que apenas tu podes recusar-la. É uma Fortaleza de Gelo. E se não tomar atenção, querendo ou não, serás acolhido por ela. Solidão.
Não é tão mau. Mas não é bom. Deixas de sentir, feridas ou beijos, deixas de falar, reclamar ou ajudar, deixas de viver, mal ou bem.
É um exílio, onde só sentes falta quando tu quiseres, quando tu souberes que estás com ela. Se souberes, notares.
É perigoso, rápido e incrivelmente precisa em tudo. Não erra um alvo, seja ele amado ou odiado. A solidão te tornará imune e invisivel. Pessoas se assustarão com tua presença repentina, com teu tom de voz rouco e vago, quase como se fosses uma alma perdida.
E a maioria de quem experimenta isso, quer ficar com tal Amiga.

E nunca mais larga.
Nunca mais odeia.
Nunca mais escuta o que não quer.
Nunca mais se deixa afetar pelos outros.
Nunca mais vive.

Existem relatos de quem tenha estado em plena solidão e ainda está, mas controla isso a favor. Conheci um...Amigo, assim. Tem um sorriso tão puro e suave que ninguém nem se quer notaria que ele é uma outra..."coisa".
Ele se manisfesta como um Mestre de Fantoches, puxando suas cordas e colocando suas máscaras de acordo com o Show. Sua manipulação sobre os efeitos negativos comuns é bestial, tão bestial que chega a ser doentio e inumano.
Mas quando ele sorri, ou simplesmente fala, tudo parece normal. Um jovem que fala sobre as coisas comuns para sua idade, um alienado controlado. Algo mais, não existe uma palavra certa.
Mas até agora, não sei o nome dele, dentre tantos. Contei 12, 13 nomes diferentes. Mas como ser vagante que sou, sei que ele não está mentindo. É estranho, inumano.
Talvez tenha uma chance de o conhecer.
ia perguntar o nome, mas duvido que me o diga.
agora, na verdade, me esqueci de seu rosto, apesar de ter
gostado da pessoa em si, sem nem mesmo ter falado com ele.
observando bem, acho que até sei o nome dele.

Minha visão aérea deixa claro....O nome dele é...Solidão.
Quem sabe, talvez não.

E assim, mais um fio d'ouro vos deixo.
Always yours, Soul.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Estados da Mente.

Tudo está bem quando estamos bem.
Mas quando surge uma força mais forte que tu, que farás?
Irás te erguer mais alto do que qualquer adversário ou cairás,
levando todos os teus entes queridos junto?


Mente. Cabeça. Alma ou Coração.
Todas essas palavras são utilizadas para definires tua concepção ou estado da pessoa.
É como vais, ou não vais falar com ela. É como sabes no que podes e não podes tocar, é o quando, o quê e como.
A Mente é um...universo. E cada um de nós é um pequeno planeta, distantes uns dos outros, marcados com todas as suas qualidades e defeitos. Suas polaridades, magnetismos e atmosferas.
E como todos são diferentes, para os conhecer, tens de ter uma parte que coincida com essa estranheza, para haver uma conversa, tens de ter um tipo de mentalidade, seja para criar laços duradouros ou utilização e descarte, e por mais fútil que seja, é preciso ter Mente.
Claro que existe vários tipos de Mentalidade, tens a Mentalidade superficial, a abrangente, a argumentista, filosófica, retrógrada, romantica, antiquada...E por ai vai. Se eu fosse citar todos os planetas de nosso universo, acabaria morrendo e não contando-os todos.
Mas, bem, quanto mais expanso o seu universo, mais ele entrará em conjunto com outros, e ficará em harmonia. Atualmente é chamado de "Amizade", quando esses laços são intensificados, é um "namoro" e por ai vai. Afinal, como falar com uma pessoa antiquada se tem um estrito modernismo? Impossivel, literalmente. Você simplesmente vai ter de "abrir a cabeça" e ter uma conversa sobre os prós e contras do universo. Tem pessoas que implantam seu universo em ti, não deixe. É a mesma coisa que se deixar roubar, um universo inteiro, já imaginou, roubado?

Fatal, eu diria, mas não quero deixar polêmico, pois as escolhas hoje em dia estão sim, limitadas. Só se consegue o escuro ou o breu. É incrivel.

E assim, aos poucos, teu universo se expande, com experiências, descobertas, aprendizados...Novos Universos.
Então, de acordo com o progresso, tudo fica mais fácil, começas a aglomerar Universos muito rápidamente e...Tudo pára.

Vácuo.

Só achas brechas e mais brechas. Vacúos. Consegues descobrir tudo o que aquela Mente é em apenas míseros de segundo. Mas como absorvestes todas as qualidades de universos parecidos, que te resta é um buraco negro. Milhares e milhares de planetas mortos dentro desse...Universo.
E como te resta o nada...Com o Nada ficas. E o vês o quão porco e nojento é. Vê o quão o Universo pode ser horrivel, frio e...calado.
E absorves isso também, retrais-te. Ficas quieto, aprendes como ignorar ou ferir outros para não te ferirem antes.
E depois disso...Achas que sabes tudo. A Mente de cada um fica tão decifrável que...Nossa, como é fácil manipular, chantagear ou até mesmo retirar informações.

Então te leva para dois caminhos, bastante distintos, porém paralelos.

O primeiro é o caminho humano. Aquele que quer ferrar tudo e todos para beneficio próprio, e sinceramente, é o mais fácil e proveitoso. Só tens o que ganhar, não perdes nada demais, porque afinal, nada demais és também. É o completo vazio de sentimentos e atos, é a ausência da vida em si.

O outro consiste em abranger, aglomerar e controlar certas facetas de teu Universo. É saber jogar todos os jogos sem nem ter o visto, é saber falar línguas sem ao menos as ter escutado. É saber a arte do Universo, fluindo por teu sangue quente. Mas como se vai controlar várias atmosferas, coexistir gravidades diferentes, sem ter um contra, um senão.
E tem. E como tem.
Como és alguém com vários Universos, Mentes, tens debates contigo mesmo, começas a ter discordâncias internas, raivas submissas e inesperadas e teu corpo se torna algo a mais, com tanto conhecimento. E se dispersa.
O linguajar parecerá simples, visual casual, como andas, como te expressas é totalmente invisível e ao mesmo tempo opaco ao que tu pensas.
E misturas-te a terceiros. Não queres ter uma crise existêncial com ninguém, afinal, quem iria compreender um Universo inteiro em simples palavras? Ditas rapidamente e, consequentemente, únicas. Então passas-te despercebido por um simples garoto/a que tem suas amizades, seus namoros e amores, seus bons e maus.
Mas nunca saberás o Universo que é. Nunca saberás o quão fundo é a toca do coelho.
E todos os dias, todas as horas, minutos, segundos que passares por uma pessoa desconhecida e a olhares nos olhos, ela saberá tudo de ti, mas nunca saberás nem um pedaço, nem uma migalha espacial do que essa pessoa é.

Ficarás parado, na multidão incessante, rapida demais para ser vista, mas lenta demais para obstruir tua visão. E ele sumirá na multidão, se misturando.

Acordas. Olhas ao redor e te vês em uma cama, rodeada de memórias, histórias e pensamentos, grilos cantam, chuva cai.
Deitas. Tentas dormir e pensar em quão intrigante esse sonho pode ser. Ou aterrorizador. Afinal, ele sabe tudo de ti.
Mas nada disso importa. Era um sonho, imaginação. Tua Mente.

E assim, deixo mais um fio d'ouro, memória.
Always yours, Soul.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Reencontro & Despedidas

Existem dias que até os deuses nada podem fazer,
quando as memórias do passado te atingem e a tua saudade resurge das pessoas que te foram apagadas de tua vida.



Reencontros. A parte mais fácil da saudade. Quando não se precisa fazer absolutamente nada, nenhuma vida que estiveste fora. Nenhuma adolescência, fase ou estado.
Só...Aproveitar.
É hora de dizeres como estás, mesmo longe, mesmo fora do alcance de vários olhos fatigados.
Hora de mostrares o quanto mudaste, quão crescestes ou "decrescestes" nesses dias, semanas, meses, anos, que estiveste fora. Mas, ainda assim, só interessa que estás ali, presente. Presente.
E todos sentiam falta, todos te afagam, tua familia, parte de quem és, com todas as coisas boas e más, és tu. E não precisas te ocultar na sombra de uma fortaleza que tu mesmo construiste. Sorris puramente, mostrando os teus caninos desenvolvidos.
Não és mais criança, mudaste, e como.
Mas lá, problemas são de teu livre alvedrio, obstáculos se tornam diversões, e aproveitas cada momento da tua vida com aqueles que, nem que seja uma miúda saudade, sentiste, ou até choraste por eles.
É incrivel como o ser humano é. Existem sentimentos tão lancinantes, como o rancor, frieza, desprezo ou descaso. Mas se passares muito tempo sem aqueles que tinham seus bons e maus momentos tu simplesmente...Não queres saber. Simplesmente os ouves e juntas tudo ao teu repertório de conhecimento. Afinal, se todos estão certos, algo está errado. Mas esqueces, e brincas, sorris, soltas piadas, fazes o que fazias.

Quando eras criança.

Quando não sabias o que era ódio, ou morte, ou até mesmo tristeza, depressão.
E tudo passa rápido demais.

Despedidas.
Vês-te sozinho, com uma corda no pescoço, corda cuja qual fizeste para caçar outros.
Acabaste sozinho. Tudo que te espera é uma Ceifa tão querida, ao menos algo fica contigo, até que saísse de ti, acabando o corte.
Mas antes, ceifou-te e fez parte de ti, mesmo por um centésimo de segundo.
Tu fostes aquilo. Aço e gelo.
Tens uma ilusória sensação de paz, que na verdade é a ausência da vida. E depois de uma geração, acabas mais ou menos por aqui. A 11887Km do chão, a temperatura, -54ºC, é mais quente que meu coração. Durante 3 horas, expeli tudo que era quente em mim.
Consigo sentir algo ainda queimando, descendo minha bochecha.
E só agora senti o que meu irmão mais velho sente. Amo-o agora mais que passam algum dia amar alguém. Tanto pelo que ele sofreu, até porque somos bastante parecidos. E sei que lá, no fundo, ele sorri malandro para mim, como se aquele sorriso nunca tivesse desaparecido, pronto para fazer asneiras comigo.
O Céu está lindo aqui, e o sol vermelho está se pondo. É uma vista linda.
As nuvens estão tão alcançáveis e cirurgicamente posicionadas, parece uma Rosa.

E assim, vos deixo mais um fio d'ouro.
Always yours, Soul.

domingo, 4 de julho de 2010

Tempo.

Existem pessoas que vivem no passado.
Outras no futuro.
Raros são aqueles que vivem no Presente.

Tempo.
Quantidade ou medida arbitrária da duração de fatos ou coisas.
Série ininterrupta e eterna de instantes.
O que você pôde, fez e pode vir fazer.
Aquilo que você se arrepende, se orgulha, se recorda ou almeja em fazer.
Tempo.

Hoje tive uma experiência de tempo. Tive pensamentos acerca do que são, se é que são pensamentos publicáveis. Afinal, tudo aqui é jogado de forma abstracta e cabe a cada um avaliar sobre seu julgamento.
Presentemente, estou vivendo no passado. O que fui, aquele que não se mudou nem precisará eventualmente de mudar. A forma bruta. O diamante imutável. E hoje em dia, ainda o sou, apesar de aparado nas formas.
Estou vivendo aquilo que já vivi, um deja-vù, por assim dizer. Mas um deja-vù tão...real, que posso sentir cada palavra falada, demonstrada ou até mesmo ocultada. É como um ar que me preenche, e só tenho de o...respirar. E assim sei onde estou e como estou.

Ás vezes eu queria não respirar, sabe? Como aquela trilha de fumaça dos carros, ou aquele esgoto aberto, com tanta podridão. Ás vezes eu queria...parar de respirar.

Sim, queria não poder respirar, queria passar aquilo despercebido. Mas afinal, somos seres vivos, como podemos não respirar?

E assim, quando respira, sente uma lufada de vários ares horríveis tudo de uma vez, e pensa : "- Como eu queria ter respirado devagar, para não sentir tanto."
E ai, o tempo age, irremissível.
Fazes decisões que para sempre, te lembrarás. Directa ou indirectamente. E cada vez que passares por um cheiro que não te agrade, respirarás lento, desgostoso.
Mas respirarás. E viverás outro dia.
Um futuro. Um futuro perfeito, onde lições serão aprendidas, laços criados e, irrevogavelmente, um destino.
Mas não um pressuposto destino, um que te foi criado, desenhado, esculturado.
Não. Um destino adaptativo. Maleável.
Aquele que quando é te posta uma decisão, o mundo pára para a ouvir. E quando a ouve, tece as leis da tua existência. Mas ele sempre está pronto para o futuro, tem sempre as correntes prontas, para te prender a tal decisão.
E assim vives, cada dia com uma corrente.
Sentes-te pesado, e lembras-te como aquela série era boa, como todos os dias vias aquele mesmo programa, como aqueles brinquedos te faziam bem. Como sorrir era bom.
Acordas. Olhas ao redor e vês prateleiras com livros, uma secretária onde supostamente dormias, com um livro de matemática aberto, podias até sentir uma equação na bochecha.
Queres acordar, acordar de uma realidade que estás bem acordado. Esfregas os punhos nos olhos, cambaleais até uma pia e lavarás teu rosto. Ouves a água correr, mas rapidamente a fechas, sabendo de como o mundo está. Muitos com pouco, poucos com muito.
Mas nada. O quarto é ainda o mesmo. Perguntas-te como sairás dali, dormes novamente para uma tentativa de reaver o que passou? Ou fazes um futuro no qual te orgulhes?
E assim te sentas, e tentas resolver a equação universal. A que estava marcada na tua bochecha.

Tempo.
Sempre desejado, por seus passados e futuros. Mas nunca por seus Presentes.
Afinal, que é o Presente? Isto? Ah, já passou. Viu? Não? Normal, faz outro que te lembres depois.
Vive-se assim. Do passado para o futuro, do futuro, aprendes pelo passado e no passado, almejas um futuro.
Fim.
Não tem espaço para o hoje. Não tem espaço para o seu Presente. Rejeita-se o Presente por pura...necessidade.
Se temos o passado para nos lembrar, o futuro para irmos, o que sobra para o Presente?
A vida.
Afinal...tua vida seria, na mais pura das formas, um presente.
A vida, que deixas passar por espelhos do passado e binóculos do futuro, é um presente.
Um Presente que geralmente nunca aceitas. Sempre deixas passar. Como aquela roupa feita pela tua avó. Ou aquele gorro desnecessário para o Verão.
Esqueces-te da felicidade. Esqueces-te que é o teu Presente.
E ninguém vai te o tirar.
Podem o mudar, ocultar, desaprumar, mas sempre vai ser teu.
Para sempre, e sempre, e sempre.
Até além do Presente.
E assim tu olhas novamente aquele presente pequeno e empoeirado. Com o teu nome denotado no centro.
Sorris inocentemente. Cai-te uma bágoa quente e te escorre pelo rosto púbere, amargurado ou adulto.
E ali estás tu, marcado pelo presente. Presente.
Tudo parece curto demais depois disso. Olhas para teus pais com um olhar noviço, eles estranham aquele inocente olhar e te perguntam que tens. E não consegues responder.
Só consegues dar aquele sorriso. Aquele sorriso que guardaste com tanto rancor, devido ao Tempo.
Abraças todos, sem dar explicações e...és Tu.
Sem mais nem menos. Sem passado nem futuro.
És tu, és um presente, o Presente.

E assim, deixo aqui mais um fio d'ouro. Memórias, pensamentos.

Always yours, Soul.

sábado, 3 de julho de 2010

Abertura.

O começo de sons jogados no vácuo.
A vida no escuro.
É aquela velha sensação de como esteve aqui antes.
São pensamentos assim, jogados inoportunos, querendo ou não ferir alguém, são pontas de flechas, são letras organizadas para constatar algo que provavelmente sabe, mas nunca pensou em alto.

Sou Tiago Filipe, tenho 17 anos e nasci em uma bela cidade. Portimão, distrito de Faro, Algarve. Actualmente moro no Brasil, onde tento encaminhar minha vida ao sucesso. Porém tenho uma maldição. Eu penso.
Ou bênção. Acho que nos dias de hoje, maldição são teus actos. Pois vivemos à beira deles.
Mas...Quão errado é pensar?Divagar em belos mundos feitos de nada a não ser cinzas. Chuva.
Engraçado, o mundo só é mundo quando ninguém existir a não sermos, nós.

Nós, seres pensantes. Ou não.

Já olhou para o lado e pensou o que outro pensa?
Provavelmente, se tivesse telepatia ouviria "- Ah, vou chegar atrasado!" ou "- Jesus, minhas notas estão horríveis, tenho de estudar, amanhã, não sairei de meu quarto!".

E provavelmente esses pensamentos se realizaram e eles tiveram mais um bom dia.

Será?

Porquê será que quando ouvimos alguém nos endireitando nosso caminho fatídico, ficamos irritados?
Porquê, quando aquele professor nos encara de maneira acerba ficamos... eriçados de cólera?

Um dia ouvi uma frase de um amigo. "- Quando o caminho não é feito para nós, em nossa alma, podemos sentir e renegar."

"Devemos desistir de nossos estudos e trabalhos então?É isso que sugere, seu tolo?"

Não, sim. Não existe respostas para isso, é como dizer porquê existimos. Iria ter várias respostas, você só não saberia qual aceitar, ou saberia, de acordo com a sua convivência social.
Apenas o que digo, é :
Somos criados para a criação póstuma.
Vivemos para outros não viverem como vivemos.
Acho que até a vida é uma ilusão. Ás vezes, quando sorrimos, rimos ou amamos. Nos afasta do centro da Terra. Nos afasta de toda a solidão que o mundo nos tem para oferecer. Veemente rejeitamos, burros.
Como podemos negar algo que tão bom e atraente é? Como podemos renegar o fruto de nossa existência, a ambrósia que todos almejam ter, mas ninguém percebe? Como podemos deixar de criar mundos, ideias, pensamentos. Como podemos nos matar por dentro, assim? Simples, você simplesmente foi ensinado a isso. Desde que aprendeu a escrever que lhe dizem quem és. Desde que tira aquelas boas notas é avaliado. Desde que sais da tão suada conquista escolar, tua escolaridade será posta a prova. E até que morres. Sem ninguém a não ser com tua consciência de que foste de alguma forma útil para o próximo.

Mas não vai morrer com isto.

Vais morrer pelas tuas memórias. Vais morrer pensando naqueles que deixas para trás, bem ou mal-educados. Encaminhados assim como fostes. O próximo será tão útil como fostes.

Orgulho para todos.

Todos...quem?
Me esqueci de quem eu falava. Hm. Talvez fosse ninguém em especial, mais um operário.

Ah, bem. Filho dele é um boa promessa, apostemos nele.

Enfim, como estava dizendo. Somos todos encaminhados, de um jeito ou outro, e, as únicas pessoas que realmente sentirão falta de ti, são aqueles que têm memórias contigo, boas ou más.
Percebi isso, uns dias atrás.
E devido a um amigo de laços familiares, um irmão de outra mãe, comecei estes pensamentos em forma bruta.

E assim, deixo meu fio d'ouro memorial.

Always yours, Soul.


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